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Prefácio

Odisseia é uma longa perambulação repleta de aventuras, eventos imprevistos e singulares, mas, Odisseia também é uma famosa poesia do mundo ocidental. As frases e narrativas apresentadas nesta segunda edição de a “Odisseia de um pequeno ato de inclusão” refletem muito bem esta dupla característica: a perseverança por um ideal e o engajamento sedutor de um poema.


A obra mostra como um cidadão comum, consciente de um nobre papel social, busca, num singelo ato, contribuir para a sucumbência de uma das espécies de obstáculos que a sociedade impõe aos deficientes auditivos: a barreira da comunicação. Para a surpresa de alguns e certeza de outros, muitas pedras foram depositadas no caminho do autor, que, com força de vontade pessoal, ajuda de seguidores da proposta e boa intenção política foi capaz de retirar uma a uma, abrindo a passagem para que uma ideia se transformasse em um projeto de lei.


Estou certo de que o propósito deste livro é somente um: ser um exemplo para que muitos façam o mesmo, para que as minorias participem do “mundo” das maiorias, para que os vulneráveis deixem de ser discriminados e passem a ser respeitados, para que as pessoas com deficiências sejam compreendidas, incluídas e amadas. Tenho a convicção de que o autor possui esta preocupação em querer compartilhar uma história tão representativa como esta odisseia, não com o objetivo de enaltecer o que fora feito, mas de mostrar duas coisas: a primeira é que jamais devemos desistir de ajudar a vida das pessoas e a segunda é que, ainda que dificuldades e decepções apareçam à frente, ao lado sempre haverá alguém para ouvi-lo e impulsioná-lo.


É assim meu amigo Carlos. Sei que tu és assim, perseverante, sábio, capaz e sensível às dificuldades alheias e, por isto, sinto-me honrado pela oportunidade de proferir estas poucas palavras para seu livro. Ainda que não tenha passado, nem próximo, por experiência parecida, luto por uma causa compatível à sua e, quando as montanhas tentam ofuscar os brilhos de meus olhos, respiro e sigo em frente. Sou assim como farmacêutico, sou assim como advogado e, pensando um pouco mais, vejo que nossas diferenças são mínimas quando comparadas às nossas similitudes, algo observado desde do primeiro trabalho que compartilhamos.


Agora, como Odisseia também um poema, tudo isto me traz à lembrança remota de um artigo que li certa vez, tratava-se do famoso poeta e farmacêutico Carlos Drummond de Andrade explicando os motivos de sua vocação para as duas profissões: "Porque eu gosto das pessoas". É isto, é por isto que tu escreves, é o que te movimentas. É o que me movimenta! Das suas palavras nascem a possibilidade de compreensão e conscientização de um mundo mais igual e inclusivo. Do Direito que acredito, vislumbro o equilíbrio de interesses e igualdade de posições como um verdadeiro caminho para a prosperidade e felicidade.


Enfim...mais que farmacêuticos que anseiam o melhor medicamento para aliviar a dor do corpo doente, mais que um advogado, na busca do melhor remédio jurídico para aliviar a dor da honra ferida, hoje você me permitiu ser um escritor de uma página, mas que sonha com muitos livros de “pequenos atos de inclusão”. Obrigado pela oportunidade oferecida, meu amigo e, tenho certeza de que causas com a desta “odisseia” nos definem, pois, assim como o ilustre poeta farmacêutico Drummond, nós também gostamos de pessoas!


Dr. Alexandre Figueredo

Advogado e Farmacêutico

Membro da Comissão de Defesa

das Pessoas com Deficiência

da OAB Araruama-RJ

Julho/2023

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